Do Sputnik 1 ao Robonaut 2. Há mais de 60 anos, robôs desempenham o importante papel de explorar o espaço sideral, que vem contribuindo significamente tanto para o desenvolvimento da robótica quanto para as pesquisas tecnológicas no cenário espacial. Dentre essas pesquisas, a possibilidade de existência de vida em marte, e, até mesmo, a capacidade de abrigar vida, é o principal foco da sociedade, visto as frequentes notícias da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), como a recente descoberta de água no estado líquido no planeta vermelho!
E as dificuldades?
Para uma ida ao espaço, várias são as dificuldades enfrentadas pelos engenheiros envolvidos na construção do robô-explorador. Se por um lado o material utilizado na construção dos robôs deva ser suficientemente resistente às adversidades do universo (radiação, material interestelar, ventos solares, entre outros), o material deve ainda garantir a integridade do corpo – na entrada ou reentrada na atmosfera terrestre ou de Marte – e ainda possibilitar a concretização correta da função para o qual o robô foi concebido. Há ainda a considerar as distâncias astronômicas que um corpo robótico deve percorrer, sendo que normalmente os percursos se realizam dentro do sistema solar.
Quais os tipos de Robôs-espaciais?
As funções exercidas pelos robôs fora da superfície terrestre varia de acordo com a missão a qual este foi criado, como exploração, investigação e mesmo serviço em órbita. Para tal, existem dois tipos de robôs espaciais principais: o Remotely Operated Vehicle (ROV) e o Remotely Manipulator System (RMS).
.O RMS, dispositivo robótico mais utilizado, é basicamente um braço mecânico frequentemente utilizado na indústria. Estes “braços mecânicos” tentam ao máximo imitar todas as funcionalidades de um braço humano, nomeadamente os seus sete eixos de liberdade (três graus de liberdade no ombro, um grau de liberdade no cotovelo e três graus de liberdade no punho), conseguindo mesmo operar alguns movimentos que não são possíveis no ser humano (movimento circular de 360º no punho, por exemplo). Este pode ser programado através de um computador, que faz a máquina operar uma função específica, ou com a ajuda de um humano que “ensina” ao braço robótico as coordenadas e outras tarefas. As principais aplicabilidades do RMS são auxiliar astronautas que consertam dispositivos em estações espaciais e satélites. Dentre vários, podem servir como dispositivo de ancoragem, sistema de posicionamento ou mecanismo de garra.
.Em contrapartida, o ROV atua geralmente como um robô autônomo, projetados com características de veículos para todo tipo de terreno, e são conduzidos ao seu destino através de espaçonaves do tipo aterrissador. Eles são usados em condições muito diferentes das encontradas na Terra, o que implica algumas características especiais de projeto, tais como: rodas com movimentação e tração independentes além de braços e instrumentos robóticos. O rover Curiosity, por exemplo, lançado em 2011, que tem como missão explorar a superfície de marte, é um exemplo de ROV equipado com os mais avançados equipamentos científicos.
Por dentro do Rover Curiosity
O curiosity possui alguns dispositivos idênticos aos robôs enviados anteriormente à Marte, spirit e opportunity: um sistema de condução de seis rodas, um sistema de suspensão rocker-bogi e câmeras montadas num mastro para ajudar a equipa de missão a definir alvos para exploração e rotas para os Robôs. O diferencial do Curiosity é possuir equipamentos para recolher e processar amostras de rochas e solo, entre outros, que são distribuídas por câmeras de teste e instrumentos de análise instalados no rover:
.ChemCam: usa pulsos laser para vaporizar camadas finas rochas e solo de Marte a uma distância máxima de 7 metros. Este instrumento inclui um espectrômetro para identificar os vários tipos de átomos libertados na vaporização, assim como possui uma espécie de telescópio que funciona como uma câmera que captura imagens detalhadas da zona iluminada pelo feixe do laser. O laser e o telescópio estão ambos instalados no mastro do robô têm a função de informar os investigadores quais os melhores objetos para submeter a análise com recurso a outros instrumentos.
.Mars Hand Lens Imager (MAHLI) : encontra-se montado no braço robótico e tira fotografias extremamente próximas de rochas do solo e, se presente, do gelo. Estas fotografias são capazes de revelar detalhes mais pequenos do que um cabelo humano e de focar objetos que o braço não consegue alcançar.
.Dynamic Albedo of Neutrons (DAN) : mede os níveis de hidrogênio até a um metro abaixo da superfície marciana. Este instrumento é muito importante pois a presença de hidrogénio pode indicar também a presença de água.
Vale ressaltar que apesar da tecnologia avançada, este robô alcança, em média, uma velocidade máxima de 90 m/h por medidas de segurança.
Diante de todos os recursos tecnológicos mostrados acima, percebe-se que a robótica espacial vem se desenvolvendo progressivamente nas últimas décadas de um modo exponencial. Apostas como a descoberta de novos materiais, mais resistentes e leves, são as principais entre os pesquisadores na área espacial, que, futuramente, poderá permitir a construção de foguetes mais velozes, encurtando o tempo de viagem entre planetas e outros objetos espaciais, que são um dos principais empecilhos na exploração espacial. Além disso, as contribuições da robótica espacial são indubitáveis, como previsões meteorológicas, internet, entre outros. Sendo assim, investimentos neste setor são essenciais para o avanço tecnológico.